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Banda Caferana é o nome dado a um grupo musical que se originou na
ilha de Pacuí, município de Cametá. Inicialmente, era composta apenas pela família
Viana, irmãos e alguns primos. Nessa época, se apresentavam sem vocalistas,
havia apenas instrumentos de sopro. No auge da sua carreira, na terceira
geração, era muito solicitada, assim ao se apresentar em uma festa, ninguém
ficava parado e quando parava de tocar, as pessoas pediam para continuar.
Muitas pessoas
reclamavam por não conseguirem contratar essa banda, pois ela estava sempre de
compromisso marcado. Devido ao sucesso da banda, começaram haver os
desentendimentos, por essa razão a banda foi dividida em Caferana Harmonia e Caferana
Melodia.
Em uma de suas viagens pelo interior paraense,
a banda Caferana Melodia passou por uma situação desesperadora, causada por um forte
temporal e enormes ondas que ameaçavam a vida de todos, pois acreditavam que o
barco ia afundar.
O proprietário, em face da situação tenebrosa
que se encontravam, prometeu a São Benedito - santo que atende as preces dos
necessitados e muito respeitado em Cametá - que tocaria de graça na véspera da
festividade do santo, caso chegassem vivos à cidade. Suas preces foram
atendidas e todos chegaram sãos e salvos em sua terra.
Próximo à
festividade de São Benedito, um dos componentes disse que preferia tocar no
inferno a tocar de graça. A cinco dias da véspera da festa, o proprietário da
banda recebeu uma visita de um senhor muito misterioso para contratar a banda para
tocar na localidade "Boca do inferno". Seu Viana não pensou duas
vezes, foi logo firmando contrato. No dia seguinte, mandou desfazer o acordo
com a coordenação da festividade São Benedito.
No dia marcado, o
contratante veio num carro vermelho, que mal cabiam os instrumentos musicais.
Assim mesmo os integrantes partiram. O destino era tão longe, tão longe, que
alguns componentes pensavam que não chegariam vivos. Depois de viajarem várias
horas, mortos de cansados, eis que o homem disse:
– Chegamos!
Era um barracão no meio da mata, com
capacidade para umas seis mil pessoas. Porém, não viram uma viva alma por perto,
se ouvia apenas os ruídos da floresta, mesmo assim ninguém desconfiou sobre o
que estava por vir.
O contratante da banda pediu-lhes que
descarregassem os instrumentos e começassem a tocar. Ao iniciarem o show,
apenas um casal vestido de preto, com detalhes vermelhos horrorizantes, dançava
no meio do salão. Já se passavam umas três horas do início do show e ninguém
mais aparecia à festa. Então decidiram dar um tempo, mas,o único casal que se
encontrava no salão gritava:
– Não parem!
Toquem de novo!!! E até escolhiam a música que queriam que fosse tocada.
A banda, como
estava sendo bem paga, continuou a festa.
Em certo momento, a cantora sentiu sede e como
não avistava ninguém que pudesse servi-la, resolveu ir até a cozinha à procura
de água. Lá encontrou apenas panelões tampados e imaginou que dentro deles
pudesse conter água. Ao destampá-los, a grande surpresa: dentro continha
membros humanos (braços, pernas, cabeças). Assustada, a moça saiu dali desesperada,
contou a seus amigos o que tinha visto e eles foram conferir o fato.
Nesse momento
apareceu uma senhora idosa, parecida com uma bruxa, e disse que fugissem o mais
rápido possível daquele lugar, caso contrário, os próximos membros colocados
dentro dos panelões seriam os deles. Os músicos arrumaram rapidamente seus
instrumentos e saíram dali. No meio do caminho, todos viam aquele mesmo homem,
o contratante da banda, flutuando no espaço, dando risadas e fazendo
travessuras diabólicas. Diz-se que a banda Caferana havia tocado no inferno.
Contador da história: M.S.C.L 65 anos.
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