quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A CASA ASSOMBRADA


Um senhor chamado João passava em frente a uma casa aparentemente como qualquer outra, tranquilamente, por volta das 18 horas da tarde, quando de repetente começaram a chamá-lo para entrar. Nesse momento ele começou a passar mal, no entanto, algo o atraia para a casa e meio que inconsciente acabou entrando. Na residência havia três pessoas, dois homens e uma mulher de aparência jovem, que gentilmente lhe ofereceram uma xícara de café. Após tomar o café, o senhor João foi surpreendido por tapas, socos que vinham dos jovens a ponto de deixá-lo desmaiado. Ao amanhecer foi encontrado muito espancado por outra pessoa que passava pela estrada, imediatamente acionaram a família da vítima que trouxe uma carroça para buscar atendimento para o mesmo. Depois do ocorrido foram descobrir que o senhor João havia sido espancado por três almas penadas que não se sabe se moravam ou não na casa. O certo é que a casa era conhecida por ser mal-assombrada.

Contador da história: M. C.S. – 57 anos
(Os nomes usados são fictícios)


O LANTERNADOR DO ANAUERÁ

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Essa lenda é baseada em fatos reais, pois aconteceu comigo, e tenho sorte de estar vivo para contá-la hoje. Por volta dos anos 1990 eu trabalhei como delegado na Transcametá na ponte Anauerá, mas meu pagamento era feito pela prefeitura de Oeiras do Pará, então todo mês tinha que me deslocar de Cametá até Oeiras para recebe-lo. No mês de Agosto de 1990, eu fui receber meu dinheiro, nesse dia, eu não tinha a intenção de passar a noite no local. Quando deu 4 horas da tarde fiquei esperando uma embarcação para poder voltar para casa, nesse momento apareceu um barquinho po po  po, como era conhecido na época . Dirigi-me ao barqueiro e pedi que ele me levasse até a ponte do Anauerá, de lá eu pegaria o ônibus. O barqueiro me levou, a viagem durou cerca de 4 a 5 horas, cheguei à ponte à meia-noite. Ao chegar à ponte, andei cerca de 1 km até a delegacia. A noite estava negra, não havia lua e nem estrelas, a estrada era um breu. Nessa época eu fumava e me deu uma vontade de tragar um cigarro, porém não tinha fósforo, guardei minha carteira de cigarros. Quando me virei vi que alguém estava vindo da direção da ponte fumando, estava uns metros de distância de mim. Esperei aquela pessoa se aproximar para pedir fogo, só que os minutos passavam e nada da pessoa se aproximar. Um frio percorreu o meu corpo quando olhei para a ponte, aquela pessoa estava na minha frente fumando. Aquela experiência não me deu muito medo. O rapaz me acompanhou e tinha momentos que ele estava do meu lado fumando, outra atrás de mim. Tinha momento que ele sumia e aparecia metros na minha frente. Finalmente, cheguei à delegacia não sei como, peguei tudo que queria e voltei para passar a noite na casa de meu amigo Bebé. Quando olhei para estrada Trevo do Zero na Transcametá que divide Cametá-Oeiras vi um foco de luz muito forte que vinha por cima das árvores, eu imediatamente pedi ao meu amigo que me desses as minhas sacolas, pois iria pegar carona com aquele carro. O senhor Bebé me alertou a entrar e ir dormir, depois de suas insistências resolvi entrar e dormir em sua residência. Pela manhã meu amigo me contou o motivo de não me deixar viajar. Segundo ele, esse foco de luz sempre aparece na estrada. A população chama de lanternador. E, que eu tive muita sorte de estar vivo, depois de tudo que aconteceu à noite. A partir do que houve nunca mais andei na estrada sozinho durante a noite.

 Contador da história: G.F. – 66 anos

Lendas cametaenses


O SUSPIRO DA COBRA

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Em uma das ilhas aqui do nosso município havia uma cobra grande que possuía dois locais que serviam de suspiro. Essa cobra vivia naquele rio, mas descansava nesses locais que ela cavava no comprimento do seu corpo e na proximidade que ficava sua cabeça fazia um enorme buraco para respirar e cobria com folhas de açaizeiro. As pessoas tinham medo dessa cobra e de vez em quando a beira do rio caía, provocada pela sua entrada em seu esconderijo. Pelo tamanho do túnel, os moradores atestam que se tratava de um animal muito grande, sem contar que muitos afirmam ter encontrado com essa cobra quando saíam à noite pelo rio, pois naquela época existiam poucas pessoas que possuíam televisores em suas casas. Assim, muitas famílias iam assistir novelas à noite na casa de seus vizinhos que possuíam televisão.

Contador da história: A.V.L. – 49 anos.

A CASA QUE FAZIA VISAGEM

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Na entrada do rio Juba, existia uma família que possuía uma casa grande com uma longa ponte. Nessa casa ninguém se atrevia a entrar sem a presença da dona. Até mesmo seus próprios filhos. Certa vez, Ângelo pediu para sua mãe para ir jogar bola na praia próximo de sua casa. Logo depois dona Socorro saiu para um velório de uma conhecida e levou as outras crianças. Quando Ângelo voltou para casa não imaginava que não pudesse entrar em sua residência. Saiu de dentro da casa correndo de tanta surra que pegou de vassoura de cacho de açaí. Ficou na casa do vizinho à espera de sua mãe. Quando dona Socorro saia pedia para seus amigos e parentes já falecidos tomarem conta de sua casa. E ao retornar dizia em voz alta que já estava de volta. Como era de costume durante à noite as pessoas se reunirem para conversar, dona Socorro, depois do jantar, colocou seus cinco filhos menores que moravam com ela no casco e remou rumo à casa de seus compadres Neco e Rosilda. A conversa estava tão boa que seus compadres convidaram dona Socorro para passar a noite com eles em sua residência. Seu Neco disse que iria buscar as redes das crianças. Levou dois dos filhos de dona Socorro na viagem. Chegando ao local, abriram a porta e tentaram pegar as redes, porém, começaram a cair tábuas de cima da cumieira, objetos dos ripões da parede. Amedrontados resolveram voltar e contaram a dona Socorro que teve que ir ela mesma buscar as redes dos meninos.

Contador da história: E.V.L. – 75 anos.

(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A COBRA GRANDE QUE ASSUSTAVA OS PESCADORES

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Na ilha de Pacuí, os pescadores se reuniam para sair durante a noite para a pescaria. Havia algumas noites em que desistiam e voltavam para casa quando avistavam uma cobra imensa no meio do rio grande que brilhava com a luz da lua que tocava sua pele. Parecia um tronco de miritizeiro de tão grande que era aquela cobra. A mesma cobra, ou talvez outra do mesmo tamanho e espécie também foi vista por moradores das ilhas vizinhas. Os rapazes que saiam à noite para namorar, ao voltarem já tarde das residências de suas namoradas deparavam-se com o bicho monstruoso. Mas não há relatos de que ela tenha feito mal a alguém. Muitos acreditam que era uma cobra encantada.

Contador da história: M.S.F. – 78 anos.

O MENINO ASSOMBRADO PELO BOTO

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No ano de 1986, na festividade do Espírito Santo, na localidade de Juba de Baixo, Ana viajou de Cametá para encontrar-se na festa com seu namorado Júlio. Mas não avisou o rapaz de que iria à festa. Foi de surpresa, no entanto, quem foi surpreendida foi Ana. Ao chegar ao local viu que seu namorado já estava acompanhado, por sinal de sua amiga. Resolveu, então, não entrar no salão da festa e permaneceu no arraial. Curtindo sua mágoa, ficou observando a peraltice de um moleque que estava jogando pedras nos botos. O menino não se cansava de mexer com os bichos. De repente, o menino pulou para a ribanceira e corria de costas pela lama. Parecia descontrolado e as pessoas começaram a gritar pedindo socorro aos homens que passavam por ali, pois o menino estava assombrado. Vários homens pularam atrás do moleque para trazê-lo de volta para o arraial, mas o menino parecia ter uma força fora do normal que ninguém conseguia segurá-lo. Trançaram essa luta por um bom tempo até que conseguiram amarrá-lo e entregá-lo à sua família. Na mesma hora, seus familiares procuraram um curador daquela redondeza chamado Caboquinho para desfazer a assombração que ele havia sofrido. Desse modo, todos aqueles que presenciaram o fato, aprenderam a respeitar o boto e a acreditar que esse animal tem algo de sobrenatural.

Contador da história: E.V.L. – 50 anos.

(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A PERTURBAÇÃO DOS PESCADORES PELA MATINTA PEREIRA

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Seu Onório, avô de João saia quase todas as noites para pescar e, apesar de já estar acostumado com os assovios da matinta pereira, ainda sentia que todos os pelos e cabelos do seu corpo arrepiavam com a presença dessa criatura da noite. Em uma dessas noites, seu Onório já tinha tomado uma pinga e foi para o rio com seus companheiros de pesca. Quando estavam tirando os peixes da camboa, a matinta pereira soltou um fino e forte assovio. Ele já meio embriagado, ordenou-lhe que, pelas dez horas da manhã fosse a sua casa buscar uns peixes para ela. No dia seguinte, na hora marcada, uma senhora conhecida de todos, de 80 anos, chegou à casa de seu Onório e disse ter vindo buscar o peixe que ele tinha lhe prometido. Seu Onório, como de costume sempre foi solidário aos seus conterrâneos, por isso, nem estranhou e entregou os peixes à senhora. Porém, ficou pensativo e num piscar se olhos, veio a sua mente a lembrança de que havia prometido à matinta pereira os peixes na noite passada. E, lembrou-se ainda que muitos já suspeitavam que aquela senhora saia durante as noites assoviando e amedrontando naquela redondeza. A partir desse dia teve certeza de que a velhinha se transformava mesmo em matinta pereira.

Contador da história: A.S.S.C – 53 anos.
(Os nomes utilizados na história são fictícios)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O HOMEM QUE FOI ASSOMBRADO PELO BOTO

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Joaquim era filho de seu Nestor e na ilha em que moravam existia um igarapé. Certo dia Joaquim foi tomar banho nesse igarapé, já passava das 18 horas e sua irmã Mariazinha estava lavando o alguidá que acabara de amassar o açaí para o jantar da família, em um jirau que ficava na ponte que dava acesso ao igarapé. Acontece que Mariazinha estava menstruada, e esse fato atraiu os botos para dentro do igarapé. Em um instante, os botos fizeram o maior alvoroço e Joaquim se transformou. Ficou irreconhecível. Saia correndo de costas pelo terreiro e seu pai, aos gritos, chamou a vizinhança para acudí-lo. Vários homens tentavam segurá-lo, porém quase sem sucesso. O rapaz ficou liso e escorregadio , que nem um boto. Todo tempo queria se jogar para a água do igarapé. E, os botos ficaram todos amontoados na beira do igarapé, como se estivessem esperando-o para levá-los com eles. Dona Tiana lembrou-se da garrafa com água benta que tinha e pediu para que derramassem sobre ele. Graças a Deus, o assombro terminou. Joaquim se libertou, mas encontrava-se
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fraco, devido tamanha força que fizera durante o tempo em que queria se atirar nas águas, atraído pelos botos.

Contador da história: E.V.L - 75 anos.
(Os nomes utilizados na história são fictícios)

O FOGO DO MAR

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As pessoas contam que antes como as viagens eram feitas à canoa e por esse motivo precisavam sair ainda de madrugada de suas casas, remando pelo rio. Como ainda estava escuro, pois ainda não havia amanhecido, em uma das viagens que dona Rosa fazia com seus filhos pequenos, levava um candeeiro para iluminar o caminho. Acontece que o fogo do mar foi atraído pelo fogo do candeeiro.. Aquela madrugada foi só um sufoco. O fogo do mar se lançava sobre todos eles. Para se defender,  jogavam seus corpos e a canoa quase virou. Por pouco conseguiram sobreviver e chegaram sãos e salvos no seu destino.

Contador da história: M.P.S.A 49 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A BRIGA ENTRE COBRAS GIGANTES

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Seu Nenê conta que há certo tempo houve uma grande briga entre duas cobras macho, rivais, por ciúmes de uma irmã de uma das cobras macho. A briga foi tão terrível que acabou com a morte de uma das cobras. E durante seis meses a água ficou escura de tanto que o fundo do rio foi remexido. A briga iniciou em cima da terra e por onde as duas cobras se arrastaram ficou um enorme igarapé. Assim como também, tempos depois, quando a água já havia clareado, as pessoas acharam os ossos da cobra que foi morta. Para se ter ideia do tamanho do animal, seu Nenê tinha em sua residência uma vértebra da coluna desta cobra. Ele fazia dela uma espécie de banco para se sentar e fazer suas refeições.

Contador da história: N.C 79 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A CASA ASSOMBRADA

Um senhor chamado João passava em frente a uma casa aparentemente como qualquer outra, tranquilamente, por volta das 18 horas da tarde, q...