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IMAGEM DA INTERNET |
Essa lenda é baseada em fatos reais, pois aconteceu
comigo, e tenho sorte de estar vivo para contá-la hoje. Por volta dos anos
1990 eu trabalhei como delegado na Transcametá na ponte Anauerá, mas meu
pagamento era feito pela prefeitura de Oeiras do Pará, então todo mês tinha que
me deslocar de Cametá até Oeiras para recebe-lo. No mês de Agosto de 1990,
eu fui receber meu dinheiro, nesse dia, eu não tinha a intenção de passar a
noite no local. Quando deu 4 horas da tarde fiquei esperando uma embarcação
para poder voltar para casa, nesse momento apareceu um barquinho po
po po, como era conhecido na época . Dirigi-me ao barqueiro e pedi
que ele me levasse até a ponte do Anauerá, de lá eu pegaria o ônibus. O
barqueiro me levou, a viagem durou cerca de 4 a 5 horas, cheguei à ponte à
meia-noite. Ao chegar à ponte, andei cerca de 1 km até a delegacia. A
noite estava negra, não havia lua e nem estrelas, a estrada era um breu. Nessa
época eu fumava e me deu uma vontade de tragar um cigarro, porém não tinha
fósforo, guardei minha carteira de cigarros. Quando me virei vi que alguém
estava vindo da direção da ponte fumando, estava uns metros de distância de
mim. Esperei aquela pessoa se aproximar para pedir fogo, só que os minutos
passavam e nada da pessoa se aproximar. Um frio percorreu o meu corpo
quando olhei para a ponte, aquela pessoa estava na minha frente fumando. Aquela
experiência não me deu muito medo. O rapaz me acompanhou e tinha momentos que
ele estava do meu lado fumando, outra atrás de mim. Tinha momento que ele sumia
e aparecia metros na minha frente. Finalmente, cheguei à delegacia não sei
como, peguei tudo que queria e voltei para passar a noite na casa de meu amigo
Bebé. Quando olhei para estrada Trevo do Zero na Transcametá que divide
Cametá-Oeiras vi um foco de luz muito forte que vinha por cima das árvores, eu
imediatamente pedi ao meu amigo que me desses as minhas sacolas, pois iria
pegar carona com aquele carro. O senhor Bebé me alertou a entrar e ir
dormir, depois de suas insistências resolvi entrar e dormir em sua residência.
Pela manhã meu amigo me contou o motivo de não me deixar viajar. Segundo ele,
esse foco de luz sempre aparece na estrada. A população chama de lanternador.
E, que eu tive muita sorte de estar vivo, depois de tudo que aconteceu à
noite. A partir do que houve nunca mais andei na estrada sozinho durante a
noite.
Contador da história: G.F. – 66
anos