quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A CASA ASSOMBRADA


Um senhor chamado João passava em frente a uma casa aparentemente como qualquer outra, tranquilamente, por volta das 18 horas da tarde, quando de repetente começaram a chamá-lo para entrar. Nesse momento ele começou a passar mal, no entanto, algo o atraia para a casa e meio que inconsciente acabou entrando. Na residência havia três pessoas, dois homens e uma mulher de aparência jovem, que gentilmente lhe ofereceram uma xícara de café. Após tomar o café, o senhor João foi surpreendido por tapas, socos que vinham dos jovens a ponto de deixá-lo desmaiado. Ao amanhecer foi encontrado muito espancado por outra pessoa que passava pela estrada, imediatamente acionaram a família da vítima que trouxe uma carroça para buscar atendimento para o mesmo. Depois do ocorrido foram descobrir que o senhor João havia sido espancado por três almas penadas que não se sabe se moravam ou não na casa. O certo é que a casa era conhecida por ser mal-assombrada.

Contador da história: M. C.S. – 57 anos
(Os nomes usados são fictícios)


O LANTERNADOR DO ANAUERÁ

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Essa lenda é baseada em fatos reais, pois aconteceu comigo, e tenho sorte de estar vivo para contá-la hoje. Por volta dos anos 1990 eu trabalhei como delegado na Transcametá na ponte Anauerá, mas meu pagamento era feito pela prefeitura de Oeiras do Pará, então todo mês tinha que me deslocar de Cametá até Oeiras para recebe-lo. No mês de Agosto de 1990, eu fui receber meu dinheiro, nesse dia, eu não tinha a intenção de passar a noite no local. Quando deu 4 horas da tarde fiquei esperando uma embarcação para poder voltar para casa, nesse momento apareceu um barquinho po po  po, como era conhecido na época . Dirigi-me ao barqueiro e pedi que ele me levasse até a ponte do Anauerá, de lá eu pegaria o ônibus. O barqueiro me levou, a viagem durou cerca de 4 a 5 horas, cheguei à ponte à meia-noite. Ao chegar à ponte, andei cerca de 1 km até a delegacia. A noite estava negra, não havia lua e nem estrelas, a estrada era um breu. Nessa época eu fumava e me deu uma vontade de tragar um cigarro, porém não tinha fósforo, guardei minha carteira de cigarros. Quando me virei vi que alguém estava vindo da direção da ponte fumando, estava uns metros de distância de mim. Esperei aquela pessoa se aproximar para pedir fogo, só que os minutos passavam e nada da pessoa se aproximar. Um frio percorreu o meu corpo quando olhei para a ponte, aquela pessoa estava na minha frente fumando. Aquela experiência não me deu muito medo. O rapaz me acompanhou e tinha momentos que ele estava do meu lado fumando, outra atrás de mim. Tinha momento que ele sumia e aparecia metros na minha frente. Finalmente, cheguei à delegacia não sei como, peguei tudo que queria e voltei para passar a noite na casa de meu amigo Bebé. Quando olhei para estrada Trevo do Zero na Transcametá que divide Cametá-Oeiras vi um foco de luz muito forte que vinha por cima das árvores, eu imediatamente pedi ao meu amigo que me desses as minhas sacolas, pois iria pegar carona com aquele carro. O senhor Bebé me alertou a entrar e ir dormir, depois de suas insistências resolvi entrar e dormir em sua residência. Pela manhã meu amigo me contou o motivo de não me deixar viajar. Segundo ele, esse foco de luz sempre aparece na estrada. A população chama de lanternador. E, que eu tive muita sorte de estar vivo, depois de tudo que aconteceu à noite. A partir do que houve nunca mais andei na estrada sozinho durante a noite.

 Contador da história: G.F. – 66 anos

Lendas cametaenses


O SUSPIRO DA COBRA

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Em uma das ilhas aqui do nosso município havia uma cobra grande que possuía dois locais que serviam de suspiro. Essa cobra vivia naquele rio, mas descansava nesses locais que ela cavava no comprimento do seu corpo e na proximidade que ficava sua cabeça fazia um enorme buraco para respirar e cobria com folhas de açaizeiro. As pessoas tinham medo dessa cobra e de vez em quando a beira do rio caía, provocada pela sua entrada em seu esconderijo. Pelo tamanho do túnel, os moradores atestam que se tratava de um animal muito grande, sem contar que muitos afirmam ter encontrado com essa cobra quando saíam à noite pelo rio, pois naquela época existiam poucas pessoas que possuíam televisores em suas casas. Assim, muitas famílias iam assistir novelas à noite na casa de seus vizinhos que possuíam televisão.

Contador da história: A.V.L. – 49 anos.

A CASA QUE FAZIA VISAGEM

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Na entrada do rio Juba, existia uma família que possuía uma casa grande com uma longa ponte. Nessa casa ninguém se atrevia a entrar sem a presença da dona. Até mesmo seus próprios filhos. Certa vez, Ângelo pediu para sua mãe para ir jogar bola na praia próximo de sua casa. Logo depois dona Socorro saiu para um velório de uma conhecida e levou as outras crianças. Quando Ângelo voltou para casa não imaginava que não pudesse entrar em sua residência. Saiu de dentro da casa correndo de tanta surra que pegou de vassoura de cacho de açaí. Ficou na casa do vizinho à espera de sua mãe. Quando dona Socorro saia pedia para seus amigos e parentes já falecidos tomarem conta de sua casa. E ao retornar dizia em voz alta que já estava de volta. Como era de costume durante à noite as pessoas se reunirem para conversar, dona Socorro, depois do jantar, colocou seus cinco filhos menores que moravam com ela no casco e remou rumo à casa de seus compadres Neco e Rosilda. A conversa estava tão boa que seus compadres convidaram dona Socorro para passar a noite com eles em sua residência. Seu Neco disse que iria buscar as redes das crianças. Levou dois dos filhos de dona Socorro na viagem. Chegando ao local, abriram a porta e tentaram pegar as redes, porém, começaram a cair tábuas de cima da cumieira, objetos dos ripões da parede. Amedrontados resolveram voltar e contaram a dona Socorro que teve que ir ela mesma buscar as redes dos meninos.

Contador da história: E.V.L. – 75 anos.

(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A COBRA GRANDE QUE ASSUSTAVA OS PESCADORES

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Na ilha de Pacuí, os pescadores se reuniam para sair durante a noite para a pescaria. Havia algumas noites em que desistiam e voltavam para casa quando avistavam uma cobra imensa no meio do rio grande que brilhava com a luz da lua que tocava sua pele. Parecia um tronco de miritizeiro de tão grande que era aquela cobra. A mesma cobra, ou talvez outra do mesmo tamanho e espécie também foi vista por moradores das ilhas vizinhas. Os rapazes que saiam à noite para namorar, ao voltarem já tarde das residências de suas namoradas deparavam-se com o bicho monstruoso. Mas não há relatos de que ela tenha feito mal a alguém. Muitos acreditam que era uma cobra encantada.

Contador da história: M.S.F. – 78 anos.

O MENINO ASSOMBRADO PELO BOTO

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No ano de 1986, na festividade do Espírito Santo, na localidade de Juba de Baixo, Ana viajou de Cametá para encontrar-se na festa com seu namorado Júlio. Mas não avisou o rapaz de que iria à festa. Foi de surpresa, no entanto, quem foi surpreendida foi Ana. Ao chegar ao local viu que seu namorado já estava acompanhado, por sinal de sua amiga. Resolveu, então, não entrar no salão da festa e permaneceu no arraial. Curtindo sua mágoa, ficou observando a peraltice de um moleque que estava jogando pedras nos botos. O menino não se cansava de mexer com os bichos. De repente, o menino pulou para a ribanceira e corria de costas pela lama. Parecia descontrolado e as pessoas começaram a gritar pedindo socorro aos homens que passavam por ali, pois o menino estava assombrado. Vários homens pularam atrás do moleque para trazê-lo de volta para o arraial, mas o menino parecia ter uma força fora do normal que ninguém conseguia segurá-lo. Trançaram essa luta por um bom tempo até que conseguiram amarrá-lo e entregá-lo à sua família. Na mesma hora, seus familiares procuraram um curador daquela redondeza chamado Caboquinho para desfazer a assombração que ele havia sofrido. Desse modo, todos aqueles que presenciaram o fato, aprenderam a respeitar o boto e a acreditar que esse animal tem algo de sobrenatural.

Contador da história: E.V.L. – 50 anos.

(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A PERTURBAÇÃO DOS PESCADORES PELA MATINTA PEREIRA

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Seu Onório, avô de João saia quase todas as noites para pescar e, apesar de já estar acostumado com os assovios da matinta pereira, ainda sentia que todos os pelos e cabelos do seu corpo arrepiavam com a presença dessa criatura da noite. Em uma dessas noites, seu Onório já tinha tomado uma pinga e foi para o rio com seus companheiros de pesca. Quando estavam tirando os peixes da camboa, a matinta pereira soltou um fino e forte assovio. Ele já meio embriagado, ordenou-lhe que, pelas dez horas da manhã fosse a sua casa buscar uns peixes para ela. No dia seguinte, na hora marcada, uma senhora conhecida de todos, de 80 anos, chegou à casa de seu Onório e disse ter vindo buscar o peixe que ele tinha lhe prometido. Seu Onório, como de costume sempre foi solidário aos seus conterrâneos, por isso, nem estranhou e entregou os peixes à senhora. Porém, ficou pensativo e num piscar se olhos, veio a sua mente a lembrança de que havia prometido à matinta pereira os peixes na noite passada. E, lembrou-se ainda que muitos já suspeitavam que aquela senhora saia durante as noites assoviando e amedrontando naquela redondeza. A partir desse dia teve certeza de que a velhinha se transformava mesmo em matinta pereira.

Contador da história: A.S.S.C – 53 anos.
(Os nomes utilizados na história são fictícios)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O HOMEM QUE FOI ASSOMBRADO PELO BOTO

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Joaquim era filho de seu Nestor e na ilha em que moravam existia um igarapé. Certo dia Joaquim foi tomar banho nesse igarapé, já passava das 18 horas e sua irmã Mariazinha estava lavando o alguidá que acabara de amassar o açaí para o jantar da família, em um jirau que ficava na ponte que dava acesso ao igarapé. Acontece que Mariazinha estava menstruada, e esse fato atraiu os botos para dentro do igarapé. Em um instante, os botos fizeram o maior alvoroço e Joaquim se transformou. Ficou irreconhecível. Saia correndo de costas pelo terreiro e seu pai, aos gritos, chamou a vizinhança para acudí-lo. Vários homens tentavam segurá-lo, porém quase sem sucesso. O rapaz ficou liso e escorregadio , que nem um boto. Todo tempo queria se jogar para a água do igarapé. E, os botos ficaram todos amontoados na beira do igarapé, como se estivessem esperando-o para levá-los com eles. Dona Tiana lembrou-se da garrafa com água benta que tinha e pediu para que derramassem sobre ele. Graças a Deus, o assombro terminou. Joaquim se libertou, mas encontrava-se
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fraco, devido tamanha força que fizera durante o tempo em que queria se atirar nas águas, atraído pelos botos.

Contador da história: E.V.L - 75 anos.
(Os nomes utilizados na história são fictícios)

O FOGO DO MAR

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As pessoas contam que antes como as viagens eram feitas à canoa e por esse motivo precisavam sair ainda de madrugada de suas casas, remando pelo rio. Como ainda estava escuro, pois ainda não havia amanhecido, em uma das viagens que dona Rosa fazia com seus filhos pequenos, levava um candeeiro para iluminar o caminho. Acontece que o fogo do mar foi atraído pelo fogo do candeeiro.. Aquela madrugada foi só um sufoco. O fogo do mar se lançava sobre todos eles. Para se defender,  jogavam seus corpos e a canoa quase virou. Por pouco conseguiram sobreviver e chegaram sãos e salvos no seu destino.

Contador da história: M.P.S.A 49 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A BRIGA ENTRE COBRAS GIGANTES

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Seu Nenê conta que há certo tempo houve uma grande briga entre duas cobras macho, rivais, por ciúmes de uma irmã de uma das cobras macho. A briga foi tão terrível que acabou com a morte de uma das cobras. E durante seis meses a água ficou escura de tanto que o fundo do rio foi remexido. A briga iniciou em cima da terra e por onde as duas cobras se arrastaram ficou um enorme igarapé. Assim como também, tempos depois, quando a água já havia clareado, as pessoas acharam os ossos da cobra que foi morta. Para se ter ideia do tamanho do animal, seu Nenê tinha em sua residência uma vértebra da coluna desta cobra. Ele fazia dela uma espécie de banco para se sentar e fazer suas refeições.

Contador da história: N.C 79 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A MULHER QUE DEU À LUZ DUAS COBRAS

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Existia uma senhora de uns 26 anos, muito bonita, chamada Madalena Cachorra, que era natural da ilha de Marinteua. Ela se mudou para a localidade de Juba. Era uma prostituta e já tinha vários filhos. Estava acostumada a atravessar de casco do Juba para Marinteua e vice-versa. Certa vez, sentiu durante a viagem, que algo bateu em sua canoa, bem por baixo. Tinha sido uma cobra que havia batido em seu casco. Meses depois, estava grávida mais uma vez. Após determinado tempo, em uma noite de luar, deu à luz duas cobras. A parteira colocou as duas cobras em uma bacia com água e no amanhecer do dia, foi deixá-las em uma praia na entrada do rio. Essas duas cobras foram crescendo e sempre mantiveram contato com sua mãe. Todas as noites, bem tarde já, quando todos dormiam, elas vinham ao encontro de sua mãe na cabeça da ponte de sua casa. Todas as vezes elas pediam para que dona Madalena desencantassem-nas. E isso deveria acontecer na praia, à meia noite. Enquanto ainda eram pequenas e cabiam em uma bacia cheia de leite materno. Sua mãe nunca teve coragem. Uma certa noite, as duas cobras vieram comunicar a mãe que não poderiam mais entrar no rio Juba, visto que estavam grandes demais e por isso estavam se despedindo. Dona Madalena lamentou muito e arrependeu-se de não ter tido coragem de desencantá-las, mas sabia que a partida de suas duas filhas cobras era inevitável, pois corriam risco de serem mortas pela população que se sentia amedrontada pelas enormes cobras que já haviam sido vistas por muitos pescadores nas noites de lua cheia, próximas à praia.

Contador da história: E.V.L 75 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

ANHANGA

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Aconteceu na localidade de Guajará de Porto Grande. Em mais um dia de caçada, seu Antônio, Pedro seu filho e dona Marta sua esposa estavam a ajeitar a varrida para a caçada daquela noite. Já no local, apropriado para pegar as caças, ouviram um tremendo barulho, de algo que caia e vinha quebrando galhos das árvores. Era uma preguiça que dava os sinais da chegada da Anhanga que estava furiosa com seu Antônio que na caçada anterior lhe prometera e não cumprira de lhe dar o coração da caça que havia pegado. O assovio da Anhanga era tão forte e fino que doía aos ouvidos dos três que estavam tremendo de medo, pois a Anhanga passava com tanta fúria ao redor deles que parecia um grande vendaval. Ela não deixou-os em paz, enquanto não deixaram o local.

Contador da história: F. G. 35 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A PORCA FEROZ DA ALDEIA

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No bairro da Aldeia, havia uma senhora bem velhinha que todos já cismavam ser a porca que amedrontava as pessoas nas noites escuras. Sua neta, que ainda é viva, conta que cuidou de sua avó até sua morte, mas acredita que, por esse motivo, herdou o “fado” de transformar-se em porca durante a noite. Isso aconteceu com ela durante muito tempo. Ela diz que era como se ao dormir, tivesse pesadelo e quando acordava, não estava em sua casa. Ao acordar estava, às vezes na praia, às vezes na rua, ou no quintal de estranhos. Só lembra-se de ter pesadelo e nesse sonho se transformava em uma porca muito grande e assustadora que avançava sobre as pessoas. Preocupada com essa situação, que era perigosa para ela, pois muitas vezes, as pessoas lhe açoitavam e acabavam por ser ferida fortemente, assim, resolveu procurar uma Igreja Evangélica e se converteu. Depois de muita oração, se livrou desse mal.

Contador da história: T.G. 52 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

CORTEJO PARA O CEMITÉRIO DA ALDEIA

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Fernanda conta o fato que aconteceu com sua mãe, dona Alda, quando era uma jovem de 20 anos e frequentava as festas nas noites em Cametá. Certa vez, quando Alda voltava de uma destas festas com seus colegas, ao passarem em frente ao cemitério da Aldeia, ouviram os ruídos de um cortejo de um velório. Olharam para trás e viram que realmente dezenas de pessoas, todas sem cabeças, acompanhavam uma urna pela Avenida Inácio Moura. Todos correram horrorizados. Chegaram em suas casas, mas estavam assombrados e sentiam muitas dores na cabeça. No dia seguinte, seus pais procuraram um benzedor e através da reza que este fez em suas cabeças e a benzeção por meio de um ramo de arruda, todos os jovens foram libertos da assombração.

Contador da história: T.G 52 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

O MISTÉRIO DAS CALCINHAS QUE AMANHECIAM NA PRAIA



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Na localidade de Juba, na propriedade do senhor Manoel Caldas existia uma pequena praia na esquina do seu terreno. Havia um mistério naquele lugar, pois toda manhã, no período de lua cheia, apareciam várias calcinhas penduradas nos galhos das árvores. As pessoas diziam que eram da iara que realizava seus encantos durantes as noites de luar. Os homens temiam sair nessas noites com medo de serem enfeitiçados e levados para o fundo do rio. 

Contador da história: E.C.L 42 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

O HOMEM QUE OS BOTOS LEVARAM PARA O FUNDO DO MAR

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No rio Juba, morava um senhor chamado de Filhote que contava ter sido levado para o fundo do rio pelos botos, onde moravam as iaras e todos os bichos encantados das águas. Ele contava que havia muita riqueza e encantos naquele lugar. Tudo era de ouro e diamante. Ofereciam-lhe tudo o que se pode imaginar. Mas diziam que se ele aceitasse até um copo com água, jamais voltaria para a superfície do rio para junto de sua família. Seu Filhote não aceitou nada do que lhe ofereceram e ao cabo de cinco dias, os botos que lhe levaram para o fundo do rio, lhe trouxeram de volta até a sua escada.

Contador da história: E.V.L 75 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

O TATU AÇU, A TARTARUGA GIGANTE E A ENORME COBRA QUE DERRUBAM A FRENTE DA CIDADE DE CAMETÁ

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As pessoas mais antigas de nosso município contam que a frente da nossa cidade cai sem parar devido existir embaixo do arraial de São João Batista um tatu açu, uma tartaruga gigante e uma enorme cobra. Esses animais cavaram enormes túneis para se alojarem e cada vez que se mexem causam grandes quedas de terra. Muitas ações já foram realizadas na intenção de conter a ação destes animais. Iniciaram jogando foguetes para que os animais fugissem com medo. Depois foram afundados grandes navios velhos para conter a força da correnteza causada quando estes animais marinhos saiam para o rio. Entretanto, uma rua toda já caiu para dentro das águas. E muitos acreditam que este fato se deve a estes animais que se alojaram na frente de nossa Cametá.

Contador da história: E.V.L 75 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

O BOTO QUE DANÇOU NA FESTA DO PILÃO

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Dona Iolanda conta que em uma das festividades promovidas pela sua mãe no Pilão (Travessa Ângelo Corrêa), um boto dançou na festa até que descobriram sua presença e alguns homens. Quando deram o alarme de que o boto ameaçava encantar alguma moça com o encanto sedutor de sua dança e suas palavras ditas ao pé do ouvido, o animal vestido de homem que usava um chapéu para esconder o furo no meio de sua cabeça saiu correndo em disparada rumo à frente da cidade. Os homens que estavam naquela festa correram atrás dele para retirar seu chapéu e desvendar seu segredo, porém, o boto-homem foi mais veloz e se atirou do alto da ponte até o rio Tocantins. Quando boiou, bem longe, deu uma golfada típica de sua espécie.

Contador da história: I.S. 77 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A BARCA DO ENTERRO

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Na ilha de Juba, havia um furo chamado de Igarapé Grande, de propriedade de seu Rubico Lousada. As pessoas com mais idade contam que quando alguém da localidade estava prestes a morrer, saia desse furo uma canoa chamada de “A barca do enterro” para avisar que a morte rondava aquele local. Ninguém se atrevia a olhar pela janela a passagem da canoa. O que não dava para passar despercebido era o barulho que se ouvia. Dava a entender que a barca era bem grande, e várias pessoas remavam em sintonia, marcando o trajeto do cortejo de um enterro. Era um modo de remar específico para aquela ocasião.

Contador da história: A.V.L 49 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A PROCISSÃO DAS VELAS

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Conta-se a história da procissão que passava à noite pelas ruas da cidade de Cametá. Não existia energia elétrica naquela época e as pessoas se recolhiam cedo para dentro de suas casas. Quando essa romaria passava, ninguém se atrevia olhar na janela ou porta de sua casa. Certa vez, uma senhora foi olhar e uma das pessoas que ia passando com uma vela na mão, deu esta vela para a mulher que estava olhando na janela. Ela colocou esta vela acesa em cima de uma mesa e foi dormir. Na manhã seguinte ao acordar, no lugar da vela que estava em cima da mesa estava uma canela de uma pessoa. Existe também o relato de uma outra moça que ao abrir a janela para ver a procissão passar, recebeu uma vela e levou para dentro de sua casa. Deitou e dormiu. Pela manhã seus familiares foram acordá-la e a mesma estava morta e no seu quarto estava a canela de um defunto.

Contador da história: M.L.A 55 anos.

O PORCO QUE ATACAVA NAS RUAS DECAMETÁ

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Dona Wanda, de 49 anos, residente na Avenida Beira Mar conta sobre o porco grande e feroz que avançava sobre as pessoas durante a noite. Ela diz que as pessoas do bairro já suspeitavam do senhor que se transformava nesse porco. Ele era conhecido por Fito e possuía um comércio pequeno. Dona Wanda estava grávida do terceiro filho e quando a mesma passava pela frente do comércio esse senhor dizia que a criança era filho dele. No dia em que dona Wanda sentiu as dores do parto, convidou seus primos e sua irmã para acompanharem-na até o Hospital Luíza de Marillac.
Ao passarem na rua do comércio do senhor suspeito de transformar-se em porco, foram surpreendido pelo ataque do bicho feroz. Dona Wanda diz que tem certeza de que queria a criança que estava por nascer. Seus primos pegaram pedaços de pau da cerca de uma certa casa por perto de onde haviam sido atacados e deram muita porrada no porco. Acertaram muito as costas do porco. Ele fugiu amedrontado pela surra que tomou e, assim, dona Wanda e seus parentes puderam chegar até o hospital onde a criança nasceu.

No dia seguinte, o comércio do senhor Fito não abriu. Os familiares da dona Wanda foram procurar saber dele e viram que ele estava muito machucado nas costas. E como já imaginavam, tiveram mais certeza ainda de que o porco que assustava as pessoas do bairro era o senhor Fito.

Contador da história: V.X.V 49 anos.(Os nomes utilizados na história são fictícios)

A MATINTA PEREIRA

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Era uma mulher idosa que aparecia à noite para assustar as pessoas. Ouvia-se o assovio dessa mulher, que muitas vezes, era uma velha conhecida vizinha. Essa pessoa recebia um “fado”, ou seja, uma missão. E nem mesmo ela tinha consciência de que saia à noite amedrontando as pessoas. Dizem que quando se ouvia esse assovio, as pessoas que tinham coragem diziam para que pela manhã seguinte a matinta pereira viesse pegar tabaco ou tomar uma xícara de café. E assim, pela mnhã a primeira pessoa que aparecia na casa pedindo café ou fumo se condenava e as pessoas descobriam seu segredo. Conta-se também que existiam as pessoas que sabiam amarrar a matinta pereira com uma oração poderosa. Desse modo, a matinta pereira que havia voado pela noite, ao amanhecer do dia, ficava imóvel e pateta na frente da casa do homem que havia feito a oração. Diz-se também que quando a mulher que se transformava em matinta pereira estava à beira da morte causada por velhice ou por doença, deveria passar a missão para outra pessoa. Logo, ficava sofrendo caso não conseguisse repassar o "fado". As pessoas temiam visitá-las quando estavam próximas de morrer apara não ter que receber o tal "fado".

Contador da história: M.L.A 55 anos.

sábado, 9 de dezembro de 2017

BANDA CAFERANA NO INFERNO

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Banda Caferana é o nome dado a um grupo musical que se originou na ilha de Pacuí, município de Cametá. Inicialmente, era composta apenas pela família Viana, irmãos e alguns primos. Nessa época, se apresentavam sem vocalistas, havia apenas instrumentos de sopro. No auge da sua carreira, na terceira geração, era muito solicitada, assim ao se apresentar em uma festa, ninguém ficava parado e quando parava de tocar, as pessoas pediam para continuar.
Muitas pessoas reclamavam por não conseguirem contratar essa banda, pois ela estava sempre de compromisso marcado. Devido ao sucesso da banda, começaram haver os desentendimentos, por essa razão a banda foi dividida em Caferana Harmonia e Caferana Melodia.
Em uma de suas viagens pelo interior paraense, a banda Caferana Melodia passou por uma situação desesperadora, causada por um forte temporal e enormes ondas que ameaçavam a vida de todos, pois acreditavam que o barco ia afundar.
O proprietário, em face da situação tenebrosa que se encontravam, prometeu a São Benedito - santo que atende as preces dos necessitados e muito respeitado em Cametá - que tocaria de graça na véspera da festividade do santo, caso chegassem vivos à cidade. Suas preces foram atendidas e todos chegaram sãos e salvos em sua terra.
Próximo à festividade de São Benedito, um dos componentes disse que preferia tocar no inferno a tocar de graça. A cinco dias da véspera da festa, o proprietário da banda recebeu uma visita de um senhor muito misterioso para contratar a banda para tocar na localidade "Boca do inferno". Seu Viana não pensou duas vezes, foi logo firmando contrato. No dia seguinte, mandou desfazer o acordo com a coordenação da festividade São Benedito.
No dia marcado, o contratante veio num carro vermelho, que mal cabiam os instrumentos musicais. Assim mesmo os integrantes partiram. O destino era tão longe, tão longe, que alguns componentes pensavam que não chegariam vivos. Depois de viajarem várias horas, mortos de cansados, eis que o homem disse:
– Chegamos!
Era um barracão no meio da mata, com capacidade para umas seis mil pessoas. Porém, não viram uma viva alma por perto, se ouvia apenas os ruídos da floresta, mesmo assim ninguém desconfiou sobre o que estava por vir.
O contratante da banda pediu-lhes que descarregassem os instrumentos e começassem a tocar. Ao iniciarem o show, apenas um casal vestido de preto, com detalhes vermelhos horrorizantes, dançava no meio do salão. Já se passavam umas três horas do início do show e ninguém mais aparecia à festa. Então decidiram dar um tempo, mas,o único casal que se encontrava no salão gritava:
– Não parem! Toquem de novo!!! E até escolhiam a música que queriam que fosse tocada.
A banda, como estava sendo bem paga, continuou a festa.
Em certo momento, a cantora sentiu sede e como não avistava ninguém que pudesse servi-la, resolveu ir até a cozinha à procura de água. Lá encontrou apenas panelões tampados e imaginou que dentro deles pudesse conter água. Ao destampá-los, a grande surpresa: dentro continha membros humanos (braços, pernas, cabeças). Assustada, a moça saiu dali desesperada, contou a seus amigos o que tinha visto e eles foram conferir o fato.
Nesse momento apareceu uma senhora idosa, parecida com uma bruxa, e disse que fugissem o mais rápido possível daquele lugar, caso contrário, os próximos membros colocados dentro dos panelões seriam os deles. Os músicos arrumaram rapidamente seus instrumentos e saíram dali. No meio do caminho, todos viam aquele mesmo homem, o contratante da banda, flutuando no espaço, dando risadas e fazendo travessuras diabólicas. Diz-se que a banda Caferana havia tocado no inferno.


 Contador da história: M.S.C.L 65 anos. 

A CASA ASSOMBRADA

Um senhor chamado João passava em frente a uma casa aparentemente como qualquer outra, tranquilamente, por volta das 18 horas da tarde, q...